quarta-feira, 29 de maio de 2013 0 comentários

Sessenta dias sem você


Hoje faz exatamente dois meses desde o nosso adeus. Hoje já não dói com a mesma intensidade e eu não choro mais. Já não sinto mais aquela vontade incontrolável de que tudo volte a ser como era antes. A saudade às vezes bate à porta, como se quisesse me avisar que novamente consegui afastar outra pessoa importante da minha vida. Parei de questionar-me se foi mesmo o melhor a fazer, prefiro pensar que tudo aconteceu como tinha de ser. Algumas pessoas dizem que faz pouco tempo que tudo aconteceu. Apesar de ainda me lembrar de tudo, parece que faz uma eternidade que segui em frente sem você. Não posso negar que ainda sinto falta de alguns momentos, mas tive de aprender a viver sem eles - felizmente, estou conseguindo. Do que eu realmente sinto falta é a nossa amizade. Dos segredos compartilhados, das risadas bobas, das conversas até tarde da noite. De quando não discutíamos a cada minuto. Creio que agora seja tarde demais para resgatar aquela amizade. Agora você se tornou um completo estranho para mim, alguém que eu costumava conhecer como ninguém, mas que agora passei a desconhecer. Não sei como você está agora sem mim, mas espero que esteja bem, esbanjando seu sorriso largo por aí. E levando em conta seu esforço para me evitar, creio que esteja muito feliz sem a minha presença. Tudo bem. Melhor assim. Isso só me ajuda a confirmar que tomamos a decisão certa, mesmo que na época parecesse tão difícil separar-nos. E não se preocupe, você encontrará alguém melhor que eu. Alguém menos complicada, menos dramática, menos problemática. Espero que eu também encontre alguém mais compreensivo, que aceite e entenda meus milhões de defeitos. Nesses últimos sessenta dias, minha vida mudou consideravelmente, e levou algum tempo, mas agora percebo que foi uma mudança necessária. Percebo que nós estivemos juntos o tempo que tínhamos de estar. Hoje, desejo que você siga o seu caminho sem remorsos, como estou seguindo o meu. E que a sorte sempre nos acompanhe daqui para frente.
segunda-feira, 20 de maio de 2013 0 comentários

Razões para que eu te escreva


Cada vez que te escrevo, desejo que seja a última. E realmente tento parar de te dedicar tantos escritos, já que tu nem sequer irá lê-los algum dia. Porém, quando estou sozinha e lembro das tuas caretas, dos teus cacoetes e da tua doce voz, é impossível controlar a vontade de escrever para ti. Escrever-te para dizer que ainda lembro de tudo perfeitamente. Lembro da tua conversa despreocupada. Teu humor, que em três anos, nunca vi abalado. Tua persistência e tuas metas que me serviam de exemplo. Teu jeito de sorrir, exibindo aquelas tão lindas covinhas. Teu modo gentil e carinhoso de tratar as pessoas. Tua mania de sempre estar fazendo barulho com as mãos, como se o silêncio o incomodasse. Tua calma. Teu dom de fazer as pessoas sorrirem com facilidade. Tua forma de encarar o mundo. Teu êxito em alcançar a perfeição em tudo que fazes, mesmo que sem intenção. Detalhes que algumas pessoas nunca conseguiram perceber em ti, mas que para mim eram muito importantes, porque, afinal, eles fazem parte de ti. A junção deles forma a pessoa maravilhosa que tu és. E escrevo-te na tentativa de eternizar essas lembranças. Escrevo-te na esperança que leias esses rabiscos algum dia e percebas que ninguém já te amou como eu amei. Escrevo-te para alimentar a ilusão de que ainda não te perdi, e que irás responder-me. Tenho a sensação de que nunca conseguirei parar de te escrever, considerando a quantidade de coisas que ainda me falta dizer (ou melhor, escrever). Mesmo assim, espero que essa seja a última vez que te dedico minhas palavras - mas garanto que não será.
quarta-feira, 15 de maio de 2013 0 comentários

Timidez


É fácil notar que sou uma pessoa tímida. Essa é uma característica que praticamente nasceu comigo. Não sou de falar muito, de conversar com quem não conheço bem, de puxar papo com os outros. E não é que eu não queira. Muitas vezes me pego pensando em como eu gostaria de me aproximar de alguém, por achar que seríamos bons amigos. Mas eu simplesmente não consigo me relacionar com as pessoas, não sei como conversar com elas. Geralmente não consigo aprofundar minhas relações, e essa é uma das razões para eu ter poucos amigos. Além disso, às vezes não converso muito com alguém por pensar que estou incomodando, que minha companhia não é desejada. Falar em público me deixa apavorada. Eu esqueço todo o meu vocabulário e minhas bochechas queimam. Até falar ao telefone com pessoas desconhecidas faz minhas mãos suarem. Um dia desses, num momento de brincadeira, alguém associou essa minha característica ao "fato" de eu ser metida, esnobe. Na minha mania de levar as coisas que me dizem à sério, tratei de me monitorar para não parecer realmente esnobe. Até porque, na verdade, isso não procede. Esnobe, segundo o dicionário, significa: "pessoa que ignora as outras, convencida, que se diz melhor que as outras". De jeito nenhum eu acredito ser melhor que alguém. Aliás, nem tenho uma auto-estima tão alta a esse ponto. Quanto à afirmação "pessoa que ignora as outras", algumas vezes pode fazer sentido para mim, mas não porque não faço questão de olhar para a pessoa, mas simplesmente porque tenho vergonha, porque não sei como agir. É difícil sim, mas creio que já superei boa parte da minha extrema timidez. Mesmo assim, não existe cura para ela, e sempre irão existir no mínimo algumas marcas da timidez em mim. Por isso, se quiser aproximar-se de mim, vá em frente. Mas não espere pela minha iniciativa, pois mesmo que eu queira, não saberei de que maneira poderei conquistar sua amizade.
domingo, 5 de maio de 2013 0 comentários

Platônico e distante



E agora tu vais em busca dos teus sonhos, longe de mim e da vida que levavas. Saiba que mesmo desejando profundamente que estivestes comigo, quero que encontres tua felicidade onde quer que ela esteja. Quando tudo que sempre almejaste seja alcançado e estiveres ao lado de alguém que amas, lembre-se de mim. Apenas por um breve instante, apenas para que saibas que estarei feliz, afinal, sempre torcerei pela tua felicidade, pois tu és e sempre serás meu exemplo, meu orgulho, minha razão para seguir em frente. Sempre foste o objeto inalcançável que eu sabia que jamais teria. Tu eras o príncipe e eu a plebeia. Era ridícula a hipótese de ser eu a tua escolhida, se fosse comparada a tua perfeição com minhas constantes falhas, tua presença com a minha invisibilidade, tua objetividade com as minhas tolas indecisões. Eu não poderia dar-te toda a felicidade que merecias. Apenas espero que encontres alguém que possua tua perfeição e que tu ames mais que tudo. E então, que tu alcances a plena felicidade. De onde eu estiver, estarei vendo teus sonhos se realizando e estarei sorrindo, pois a pessoa mais incrível que já conheci está merecidamente em um lugar privilegiado, onde só as melhores pessoas estão. E talvez tu esqueças de mim logo. Talvez até já tenhas esquecido. Mas estou certa de que em mim, sempre restará um pouco de ti, mesmo após o passar do tempo. Afinal, foste único. E mesmo que nunca mais te veja - o que é provável - sempre estarás na minha memória como algo intensamente maravilhoso que surgiu na minha vida e saiu dela tão rápido quanto chegou. Realmente espero que algum dia nos esbarremos por aí, para que eu possa avistar teu sorriso radiante e sentir teu abraço caloroso outra vez, mesmo que seja a última, para que eu finalmente entenda que já passou da hora de esquecer e aceitar tua ida definitiva. 
quinta-feira, 2 de maio de 2013 0 comentários

Sobre o meu passado


Esses dias, disseram uma coisa sobre mim que eu não tirei da cabeça. Disseram que sou apegada demais ao passado. Pensei muito nisso e cheguei à conclusão de que é a mais pura verdade. Eu, às vezes, dou mais valor às coisas que já passaram do que àquelas que estão acontecendo no presente, com a desculpa de que o passado era muito melhor e que eu preferia estar vivendo nele agora. Tenho essa mania de pensar que já vivi épocas muito melhores do que a atual. Acho que eu vivo os momentos da minha vida de um jeito meio atrasado, sempre lembrando do que já aconteceu anteriormente. É que, na verdade, eu adoro relembrar. Gosto de sorrir vendo fotos de anos atrás, encontrar e conversar com amigos que não vejo há muito tempo, reler cartas que me foram enviadas e cartas que nunca tive coragem o suficiente para enviar. Sou apegada, na verdade, não ao passado, mas às coisas que já aconteceram e que eu gostaria que ainda estivessem acontecendo, ou pelo menos que eu tivesse a chance de aproveitá-las melhor. Não sei se isso é uma coisa muito saudável, provavelmente é mais um dos meus defeitos. Talvez eu deva mesmo valorizar mais o tempo presente, observar melhor e aproveitar as coisas que estão acontecendo agora, antes que elas se tornem mais lembranças para eu reviver na memória. 
 
;