sábado, 16 de maio de 2015 0 comentários

"Preciso muito sair!"



Tenho uma teoria sobre quem sai de casa todos os fins de semana. Antes de ler esse texto, saiba que não estou generalizando. Afinal, quase nada pode ser totalmente generalizado.
Quem me conhece sabe que não saio muito e que prefiro ler um livro ou ouvir uma música boa em casa do que ir a algum lugar beber (já que nem gosto de beber, afinal) e dançar músicas que nem sempre são do meu gosto. Mas quem me conhece um pouquinho mais e há mais tempo, sabe que houve uma época em que eu saía mais e topava quase todo convite das minhas amigas. Não bebia nem saía beijando ninguém nessas festas, mas sempre arrumava algo para fazer que me tirasse do quarto. E devo acrescentar que aquela era a época mais triste da minha vida.
Minha teoria é a de que as pessoas sentem que precisam sair de casa por não se sentirem bem consigo mesmas. Elas não conseguem ficar sozinhas porque é solidão demais. Às vezes precisam contar para o mundo todo como passaram o fim de semana para que todos saibam quão felizes estão, embora por dentro não é bem isso que estão sentindo. Elas associam felicidade à balada, bebida forte, maquiagem, salto alto, beijar desconhecidos e esquecer tudo que fizeram no dia seguinte. Medem a diversão pela ressaca. Alguns, ao chegar em casa, choram – como eu fazia. Perguntam-se porque se sentem ainda mais tristes quando deveriam estar ótimos depois daquela noite maravilhosa.
Para quem se sente assim, uma dica: talvez você esteja procurando a felicidade no lugar errado. Vale lembrar que não estou julgando ninguém. Se o que lhe faz realmente feliz é sair sempre que possível, tudo bem. Se você se sente bem assim, tudo bem. Eu também gosto de sair às vezes. Só prefiro outros tipos de diversão. Inclusive posso estar completamente errada. Isso pode ter acontecido apenas comigo e as pessoas que mais saem são mesmo as mais felizes. Não sei. O que posso dizer é que o conceito de felicidade varia de pessoa para pessoa e o meu não se resume a virar a noite em uma balada. 
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015 0 comentários

Depois do final feliz




       "E viveram felizes para sempre..."

       É assim que termina a maioria dos contos de fadas infantis. Com essa afirmação, fechamos o livro e vamos viver nossas próprias vidas. Buscando nosso próprio final feliz.
       Quando crianças, ouvimos essas histórias e imaginamos que a nossa terminaria assim também. Eu pensava assim, por exemplo. Pensava que um dia eu não teria nenhum problema para resolver e todos os meus sonhos estariam conquistados e realizados e aí seria o meu "feliz para sempre", vivendo o resto da minha vida sem nada com o que me preocupar e com um príncipe encantado do meu lado. Então eu cresci (não em altura, é claro) e percebi que não é bem assim. Observando a vida das pessoas e a minha própria, dá pra perceber que não existe um momento em que tudo se estabilizará na felicidade constante e eterna. Mas é essa a graça da coisa.
       A vida é uma constante busca pelo feliz para sempre, mas que nunca chegue o dia em que não seja mais preciso correr atrás de nada, ou chegaremos a um estado de conformismo e acomodação. Mesmo assim, não devemos ser ambiciosos a ponto de pensar apenas em possuir e não desfrutar dos objetivos alcançados e das pequenas felicidades diárias. O que eu quero dizer é que não podemos viver a vida inteira esperando o dia em que não será preciso alcançar mais nada. Que sempre tenhamos sonhos, ainda que nem todos acabem se realizando.
       Então quer dizer que mentiram para nós a vida toda dizendo que os personagens vivem felizes para sempre sendo que o final feliz não existe? Claro que não! O que tem que mudar é a interpretação dessa frase. O significado mais provável comparando à vida real seria: ser "feliz para sempre" é, mesmo às vezes estando temporariamente triste, irritado ou mal-humorado, sentir isso apenas por alguns instantes e que a felicidade seja um estado de espírito. Portanto, o "feliz para sempre" se torna um "feliz sempre", "feliz todos os dias". Isso sim faz todo o sentido.
 
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