sábado, 21 de dezembro de 2013 0 comentários

Escolha ser feliz



          Existe muita coisa engraçada no modo como agimos e às vezes nem nos damos conta de que alguns atos não fazem muito sentido. Algo que andei percebendo foi a maneira com que cobramos a tristeza das pessoas.
  Por exemplo, alguém perde uma pessoa da família. Olha lá, fulano nem está afetado depois daquela tragédia. Como consegue sair de casa? Que vergonha, deveria ter ficado abalado e nem parece estar ligando.
  Outra situação: alguém termina um namoro e depois de poucos dias é visto sorrindo por aí. Olha só, com certeza foi ele quem terminou o namoro. Que frieza, hein. Aposto que não derramou nem uma lágrima. Superou rapidinho, deveria estar em casa aos prantos, isso sim.
  E eu me pergunto: qual é o problema? Por que as pessoas precisam ficar tristes durante muito tempo diante de uma situação difícil? Alguns superam as coisas mais rápido, aliás, que coisa ótima para eles, gostaria muito de conseguir fazer isso. Mesmo assim, tenho certeza de que sentem uma dorzinha no fundo do peito e fazem força para esquecer e seguir em frente enquanto todos apontam os dedos e dizem: uau, você não sofreu nadinha, nem se importa mesmo. Admito que às vezes eu mesma faço isso, mas me arrependo depois. Vivi situações desse jeito algumas vezes, que foram suficientes para perceber que não se pode julgar ninguém pelas aparências. Nunca se sabe o que se passa dentro das pessoas e não podemos sair dizendo o que os outros devem fazer, principalmente quando você não os conhece bem.
  Cobrar tristeza dos outros só mostra o quanto nesse mundo o que se aparenta vale mais do que aquilo que se sente. É uma pena que não se dê prioridade a entender o que aconteceu em vez de julgar sem saber metade da história. Esse é o lugar em que vivemos, onde o egoísmo e o julgamento alheio valem mais do que um abraço amigo e uma conversa para entender e apoiar o outro.
  Não importa o quanto os outros digam que você deveria estar triste por isso ou aquilo. Continue em frente, sempre escolhendo a felicidade.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013 0 comentários

Não posso ser escritora




Não posso ser escritora. Não tenho nome de escritora, não tenho sobrenome de escritora e nem cara de escritora. Tenho cara de secretária sem graça de escritório.
Não posso ser escritora. Escritores bebem muito. Detesto cerveja e não aguento meio gole de qualquer bebida alcoólica. Dá para escrever algo bom estando sempre sóbria?
Não tenho ideias mirabolantes e não escrevo nada inovador. Não tenho teorias interessantes sobre qualquer coisa. Só escrevo um monte de coisas que todo mundo já sabe e um bom escritor não faz isso. Não me destaco por ter opiniões diferentes ou polêmicas. Só escrevo.
Não há nada de poético no que escrevo. Não uso metáforas. Não sou intelectual e nunca fui prodígio.
Eu apenas estou aqui. Escrevendo. Engolindo as palavras e depois as despejando no papel. Jogando-as para fora de mim porque não aguento o peso delas aqui dentro. Porque é só assim que eu me entendo, me desvendo e registro os momentos para que não me fujam da memória. Não tem a ver com talento, tem a ver com necessidade.
Sou completamente comum. Pessoas comuns não podem se tornar bons escritores.
 
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