Você diz que precisa ir embora e eu quase vou junto pra não deixar de te ter por perto nem por um segundo. Você diz que me ama enquanto eu tenho vontade de gritar que você é o amor da minha vida e que eu não me lembro de como eu era antes de você. Você diz que está me conhecendo melhor porque pretende me namorar. Eu não falo nada, mas já imaginei nosso casamento, nossa futura casa e nossos dezessete gatos. Ou dezoito, se você preferir, já que gosta mais dos números pares. Você me abraça enquanto eu sinto seu perfume e me seguro pra não te pedir para ficar, não só agora, mas pra sempre.
Quando conheço alguém, em todas as ocasiões, eu tento deixar meus defeitos muito bem escondidos, pelo menos aqueles mais feios. Mas agora o caso é mais grave, porque eu o coloquei na minha vida de um modo quase que espontâneo e a cada vez me vejo mais envolvida. Ao mesmo tempo que quero conhecer cada canto seu, não quero que você veja minhas falhas e quem sabe pense melhor e quem sabe fuja de mim enquanto ainda há tempo. Você não sabe o quanto eu temo perder você. Você não faz ideia de como eu tomo todo o cuidado do mundo para não estragar tudo como sempre. Dessa vez preciso fazer tudo certo.
O problema maior é que, apenas lendo este texto - ou qualquer outro que eu tenha escrito - é fácil perceber um dos meus grandes defeitos.
Sou exagerada. Não sei amar pela metade ou sentir só um pouco de medo. Eu sinto tudo com uma intensidade muito grande. Ou seja, vou te amar de todo coração. Será que isso é tão ruim assim?