sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Saber ver, ouvir e falar


       Minha audição não é das melhores. Inclusive, acho que é isso que mais me atrapalha quando não consigo evoluir na música. Se for falar comigo ao telefone, prepare-se para repetir cada frase mais de uma vez (aliás, como vocês conseguem ouvir alguma coisa pelo telefone?). Muitas vezes sou alheia a ruídos que incomodam as pessoas ao meu redor.
       Porém, sou boa ouvinte quando se trata de ouvir o que as pessoas têm a dizer. Seja uma opinião diferente, seja uma crítica a mim (esta eu escuto até demais), seja um desabafo: nunca me recuso a ouvir. Nesse sentido, sim, eu escuto bem.
       Sou míope. Só enxergo borrões coloridos ao longe quando estou sem óculos ou minhas lentes de contato. É algo que me incomoda, mas não tanto quando a cegueira de algumas pessoas. Gente que enxerga e dá valor apenas para as aparências, que não percebe o óbvio, que não consegue enxergar além...  Tenho preguiça de gente assim. Perda de tempo ficar perto de gente que pode até ter a visão perfeita, mas não enxerga o que precisa ser visto de verdade.
       Já fui chamada de muda várias vezes, principalmente quando eu era criança. Tive problemas com isso na infância e mesmo depois de mais velha, continuei não sendo fã de ficar falando muita coisa sem necessidade. Acredito que as palavras devem ser cuidadosamente utilizadas e admiro quem tem o dom de usá-las bem - seja na fala ou na escrita.
       Ou seja, o problema maior não está em não enxergar bem, não escutar bem ou não falar muito. Eu acredito que fechar os olhos, os ouvidos e a boca em situações em que isso é necessário é ainda pior. O importante é, além de ver, enxergar; além de ouvir, saber escutar; e além de falar, saber o que dizer. 

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