Tenho
uma teoria sobre quem sai de casa todos os fins de semana. Antes de ler esse
texto, saiba que não estou generalizando. Afinal, quase nada pode ser
totalmente generalizado.
Quem
me conhece sabe que não saio muito e que prefiro ler um livro ou ouvir uma
música boa em casa do que ir a algum lugar beber (já que nem gosto de beber,
afinal) e dançar músicas que nem sempre são do meu gosto. Mas quem me conhece
um pouquinho mais e há mais tempo, sabe que houve uma época em que eu saía mais
e topava quase todo convite das minhas amigas. Não bebia nem saía beijando
ninguém nessas festas, mas sempre arrumava algo para fazer que me tirasse do
quarto. E devo acrescentar que aquela era a época mais triste da minha vida.
Minha
teoria é a de que as pessoas sentem que precisam sair de casa por não se
sentirem bem consigo mesmas. Elas não conseguem ficar sozinhas porque é solidão
demais. Às vezes precisam contar para o mundo todo como passaram o fim de
semana para que todos saibam quão felizes estão, embora por dentro não é bem
isso que estão sentindo. Elas associam felicidade à balada, bebida forte,
maquiagem, salto alto, beijar desconhecidos e esquecer tudo que fizeram no dia
seguinte. Medem a diversão pela ressaca. Alguns, ao chegar em casa, choram –
como eu fazia. Perguntam-se porque se sentem ainda mais tristes quando deveriam
estar ótimos depois daquela noite maravilhosa.
Para
quem se sente assim, uma dica: talvez você esteja procurando a felicidade no
lugar errado. Vale lembrar que não estou julgando ninguém. Se o que lhe faz
realmente feliz é sair sempre que possível, tudo bem. Se você se sente bem
assim, tudo bem. Eu também gosto de sair às vezes. Só prefiro outros tipos de
diversão. Inclusive posso estar completamente errada. Isso pode ter acontecido
apenas comigo e as pessoas que mais saem são mesmo as mais felizes. Não sei. O
que posso dizer é que o conceito de felicidade varia de pessoa para pessoa e o
meu não se resume a virar a noite em uma balada.
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